MANIFESTO "PORTUNHÊS"

MANIFESTO PORTUNHÊS

Toda exclamação é burra
Toda interrogação é curiosa
Toda afirmação é imperiosa
Não são apenas pontuações tolas
Mais ainda prefiro as reticências.
Dão um ar de continuidade
Desde que antes delas saibam
Onde pôr suas vírgulas
Eu que não sou tão literária
Nem cadeiras ocupei
Sei que por mais catedrática
O que importa é que saiba expressar minha alma,
Pois o reviso meu “portunhês”.
Em doces palavras para você ler.
Mais ainda sou minha editora mesmo.
Já que muitos nem bem saíram da toca...
Já publicam “Best Sellers”
Num país de capengas
Mesmo sendo tão ruins.
Bem que ninguém nasce escritor
Torna-se um.
Então, meu coração vagabundo de poeta.
Já marginalizado pela história
Encantam aqueles que pedem
Mesmo no país de capengas
Minhas poesias vãs.
Aqueles editores que um dia me disseram...
Que no meu país, não se lê,
Nem se vende poesia,
Um dia entenderão
Por que meus leitores pedem mais poemas.
Em tempos tão tempestuosos e adversos.
Talvez, estes editores estejam limitados demais.
Ou vendo novelas em demasia.
Deixando de lado a idéia de que grandes autores...
Nascem nos saraus de poesias.
Nas serestas noturnas, nas músicas ouvidas.
Nas curtas assistidas.
Na vida sofrida de um povo
Que só vê sexo e violência.

Então, deixe-me te fazer sonhar
Repetir e recitar o amor, perdão, aventura,
canção e a delícia da desventura de ser feliz, mesmo em dias tão ruins.
Manifeste o amor pela escrita e pela leitura.
E jamais ouvirás os tiros que ouviu ontem nas favelas.
As oportunidades virão, as famílias se unirão.
Os valores humanos aumentarão.
UMA BOA LEITURA!

Malu Freitas